cartaz 14º Festival Porta-Jazz
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14º FESTIVAL PORTA-JAZZ

Um multiverso de jazz e criação

Ao pesquisar a palavra Multiverso, conclui-se que a mesma é usada para descrever um conjunto de universos possíveis, incluindo aquele em que nos encontramos. Uma combinação e coexistência de vários universos e a totalidade de elementos sobre os quais eles se baseiam, como um ensemble musical, com diferentes músicos de diferentes universos e que juntos com as suas diferenças se transformam num único universo observável à primeira vista.

Serve assim este conceito de multiverso e este paralelismo com a realidade musical da Porta-Jazz como lema para mais um ano de atividade da Associação e o seu pináculo, ou ponto de chegada e partida, o 14º Festival Porta-Jazz.

Num ano de consolidação de um novo Espaço em que finalmente se torna fisicamente possível a materialização em pleno do conceito multiverso, é precisamente nesse multiverso que tudo se baseia e justifica e assim se celebram 14 anos deste Festival. Uma celebração em forma de presente cultural e musical a uma cidade que de resto, como a história já nos mostrou em várias ocasiões, não se verga nem se estende em bicos de pés a quem nega a existência e a liberdade de vários universos num só. É também ao mesmo tempo e de forma inevitável, uma resposta em contracorrente a um mundo e a uma realidade que cada vez menos promove as diferenças e o salutar resultado das dinâmicas que provêm da partilha, respeito e amor existentes nessas mesmas diferenças. Quando em conjunto apenas se tem como fim o crescimento e o desenvolvimento humano, em paz e conscientes que um universo se torna mais “uni-” quanto mais “multi-” o for.

É assim com este mote que a Porta-Jazz se apresenta em mais um ano de Festival no histórico Teatro Rivoli, alicerçando e preservando dinâmicas que têm servido de fio condutor ao longo destes 14 anos de vida e dedicação ao jazz do Porto. Cumprindo os seus desígnios e princípios motivadores ao proporcionar a um meio musical local uma forma de comunicar com o resto do mundo e tornar assim possível a sua existência e crescimento. Permitindo assim aos músicos estabelecerem ligações, desenvolverem as suas criações e concretizarem o seu trabalho sob a forma de concertos no Espaço Porta-Jazz, noutras partes da cidade e do país e em festivais na europa em parceria com movimentos congéneres.

Assim, nesta 14ª edição o Festival Porta-Jazz serve mais uma vez de montra maior dos conteúdos musicais que este multiverso produz, como o selo Carimbo, que neste ano de exultação para além dos concertos dos projetos editados no ano passado celebra também a chegada do disco número cem, com três discos a serem lançados durante o Festival. Uma centena de edições que contam já uma história de mais de uma década de jazz no Porto e um catálogo que espelha de forma clara e inequívoca este patente multiverso musical.

Nessa montra cabem também os projetos em forma de encomenda numa envolvência de músicos nacionais e internacionais, a presença de músicos históricos como os bateristas norte-americanos Bob Moses e Tom Rainey ou as parcerias com a associação Robalo, de Lisboa, que este ano acontece em formato decateto com o pianista inglês Hans Koller como convidado e também o habitual concerto do projeto resultante da residência no festival Guimarães Jazz. Ano de estreia para um novo desafio no festival, o Ensemble Mutante, que assim arranca sob a batuta da cantora Vera Morais e também como vem sendo bom hábito, os projetos resultantes das parcerias internacionais com a associação suíça AMR que este ano nos envia o projeto “Tom Brunt's Acoustic Space”, o festival austríaco Bezau Beatz com “HOW NOISY ARE THE ROOMS?” e a plataforma Improdimensija, de Vilnius, Lituânia, representada este ano por um trio de “pesos-pesados” do jazz europeu com o saxofonista lituâno Liudas Mockunas, o histórico guitarrista francês Marc Ducret e o trombonista suíço Samuel Blaser.

Com um primeiro dia a fazer nascer o primeiro dos três discos a serem lançados durante o Festival, o concerto de “À Procura” de Pedro Molina Quartet seguido de uma jam session, marcam o início desta festa no dia 1 de fevereiro no Espaço Porta-Jazz. Nos três dias seguintes as jams repetem-se todos os fins de noite no TMP Café, no Rivoli, cujos concertos de abertura estão a cargo de combos de jazz da ART´J, ESMAE e Conservatório de Música do Porto. Haverá, ainda, lugar para duas masterclasses que assinalam o início de cada tarde de concertos, na sexta-feira por Bob Moses e no sábado por Nate Wooley e Tom Rainey, bem como o concerto para famílias Diversão / Improvisação no domingo.

Tudo isto é o multiverso em que nos movemos e que nos move. Todo este multiverso é o universo Porta-Jazz e que aqui se estende por quatro dias, num cosmos diáfano de música e criação, a estender-se até ao infinito das nossas vontades e motivações.